quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

MPSC ajudará projeto que afasta jovens do crime e das drogas

J.R.P. vendia crack e maconha na comunidade Chico Mendes até que viu-se jurado de morte pelos traficantes de uma gangue rival. D.N.J., que atualmente está em liberdade provisória e responde por uma acusação por roubo, foi preso portando uma arma, que, segundo ele, seria usada para assassinar um adolescente, que estaria lhe ameaçando de morte. Ambos trocaram o mundo do crime e das drogas pelos esportes. Foram salvos pelo projeto "Procurando o caminho", desenvolvido pelo Centro Cultural Escrava Anastácia.Por falta de recursos, o projetocorre o risco de parar.

Na sexta-feira (4/12), a coordenadora de projetos do Centro Cultural Escrava Anastácia, Ivone Maria Perassa, acompanhada pelos jovens e educadores do projeto, esteve em audiência na sede do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em busca de apoio para salvar o projeto que há três anos troca o histórico de violência dos adolescentes dos morros da Capital pelos esportes, comosurf, rapel enatação, e programas culturais.

Segundo a coordenadora de projetos, dos 75 jovens atendidos, apenas um reincidiu no crime. "Outros quatro foram assassinados, não foi possível salvá-los", lamenta.J.R.P. e D.N.J. são hoje coordenadores do projeto nas comunidades nas quais moram. Eles acompanham o desempenho escolar dos garotos que aderem ao projeto, fazem reuniões com os pais e com as comunidades e cuidam do transporte dos adolescentes, entre outras atividades.

TRATATIVAS

Na audiência, agendada pela Promotora Justiça Vanessa Wendhausen Cavallazzi Gomes, com atuação na área da infância e juventude na Comarca da Capital, os representantes do "Projeto Procurando Caminho" foram recebidos também pelo Sub Procurador-Geral de Justiça José Eduardo Orofino da Luz Fontes, pela Promotora de Justiça Priscilla Linhares Albino, Coordenadora-Geral do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, pelo Promotor de Justiça Onofre José Carvalho Agostini, Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, e pelo Promotor de Justiça Rodrigo Amorim, Coordenador-Geral do Centro de Apoio Operacional do Consumidor.

Os Promotores de Justiça comprometeram-se a iniciar tratativas para que o programa possa firmar convênios com o Poder Público Estadual e Municipal, e a buscar apoio junto à iniciativa privada, através de entidades como Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis, Associação Comercial e Industrial de Florianópolis e Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina. "Já gestionamos junto ao Poder Judiciário para que recursos provenientes das transações penais da Comarca da Capital sejam também destinados ao programa, mas o projeto precisa ter valores fixos mensais, não pode trabalhar sem ter um orçamento garantido", ressaltou Vanessa Cavalazzi Gomes.

A Promotora de Justiça acrescenta que nas comunidades onde o projeto já está inserido foi verificada uma sensível redução nos crimes de porte ilegal de arma e também nos homicídios. "É preciso mantê-lo não só para salvar os jovens que já estão envolvidos com o crime e jurados de morte, mas também para servir como exemplo de vida possível", finalizou.


Redação: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC

Nenhum comentário:

Postar um comentário